quinta-feira, 11 de julho de 2013

Uma alma endividada de porquês



                                                               




Serenando a fronte, eu vou contar um mundo só pra você

Desses que a gente apreende na labuta do existir...

Cantando os versos, eu não saberia dizer tudo

Mas o tudo não é nada diante do que ainda pode ser dito.

Andei por uma estrada quase sempre segura
Orientada por pais e familiares amorosos...
Do mundo vejo partes, mas meu coração
Quer abraçar o todo, captar as sensações e os mistérios de ser.

Capto algumas dores do mundo, 
a sensibilidade das músicas
A alma dos poetas e a pureza das crianças, 
a beleza das flores e pássaros...

Mas não capto, às vezes, a mim mesma nos sofrimentos do existir
Nos dilemas, nas culpas  que me apontam outras possibilidades.

Exijo muito de mim
Poupo-me da alegria do riso largo
Quero abraçar o mundo
Arrumar o desarranjo...
Abrigar os filhos 
E garantir a sua felicidade...
Desejo apaziguar os corações que magoei na minha imperfeita condição.

De tudo isso, sei que somos muito diferentes, mas tão iguais nos quereres humanos, nas nossas incoerências
No desejo da proteção para nossos medos tão banais
No anseio de sermos aceitos e acolhidos nos ninhos de nossas origens
No abrigo de nossos amores mais caros e essenciais...

O que sei é que somos um céu de possibilidades
Na vida nossa de cada dia
Irmanados pelo desejo de completude
De imortalidade da alma,
De um solo seguro para plantar nossos desejos!

Contando isso pra você, não digo nada de novo sob o sol
Mas me encontro por um instante no pensamento ordenado
Na resiliência do viver, na busca do caminho a seguir...

Fico nas buscas deste caminhar
Pela estrada que sempre vai a algum lugar
Nas interrogações desmedidas...

Não tenho a pretensão das respostas
O que tenho é uma alma endividada de porquês
E de respostas simples prometidas por um Deus interior a quem chamo de Amor!


Dulce Braz




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